quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Liberdade é o Japão no Brasil



O maior reduto da comunidade japonesa na cidade

O bairro da Liberdade no centro de São Paulo é famoso por ser um dos pontos turísticos da cidade, quem passa por lá tem a impressão de que está literalmente no Japão, entre pilastras vermelhas, um pequeno jardim oriental, lanternas japonesas e letreiros das lojas que misturam os idiomas japonês e português se encontram senhores nas calçadas que conversam como os letreiros das lojas, ou seja, misturando os idiomas.
Aos finais de semana acontece as feiras de artesanato e barracas de comidas típicas do país,além de se ver muito da cultura japonesa em utensílios,leques e quimonos, vendidos na região. Quando há festas tradicionais como o Hanamatsuri (Festa da Flores), realizada desde 1966 para celebrar o aniversário de Buda Xaquiamuni, a sensação de estar nesse outro país do outro lado do mundo fica mais forte.
A Liberdade muito antes de se tornar conhecida como o Japão do Brasil era ocupada por outros imigrantes, os italianos, que se alojavam em inúmeras pensões do bairro. Com o passar dos tempos os japoneses começaram a residir na rua Conde de Sarzedas, ladeira onde na parte baixa havia um riacho e uma área de mangue, os motivos para que procurassem essa rua era de que quase todas as casas tinham porões, e os aluguéis eram muito baratos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Liberdade se tornou perigosa para esses imigrantes.O Japão aderira a favor das tropas Alemãs e o governo brasileiro proibiu o uso da língua japonesa e qualquer reunião às portas fechadas era reprimida pela polícia, o que resultou em várias prisões. Somente em 1969 o bairro se transformou caracteristicamente japonês, por uma idéia proposta pelo jornalista Randolfo Marques Lobato presidente de uma comissão de moradores que reunia, além dos japoneses, coreanos, chineses e vietnamitas.
A mudança apareceu quatro anos depois com a inauguração do metrô Liberdade, na linha norte-sul, apesar do bairro estar fortemente ligado aos japoneses, eles têm se mudado para outras regiões da cidade, principalmente para a zona sul da capital, porém sempre voltam para fazer suas compras e se sentirem mais perto do Japão.
Hoje o bairro deixou de ser exclusivamente japonês, coreanos e chineses estão se fixando na região e ainda que já tenham sido rivais em guerras, ao menos na Liberdade os dois povos têm convivência tranqüila.
Além de restaurantes,bares orientais e lojas o bairro passou a oferecer outros encantos. A praça da Liberdade é cena para manifestações culturais, como o Bon Odori, uma dança folclórica japonesa e os palcos dos cinemas japoneses passaram a receber também artistas e cantores do país.