sábado, 5 de fevereiro de 2011

Brasil terá centro de estudos ufológicos


O centro estudará se realmente há vida fora do planeta Terra

Há muito tempo a Ufologia é vista como um tema sedutor que instiga a curiosidade da população, muitos estão atrás de saber se há respostas para questionamentos como: “Estamos sós no universo?”, ou “De onde viemos e pra onde vamos?”.

Por essas e outras questões que se tornaram cada vez mais freqüente a Aeronática Brasileira resolveu abrir seus arquivos há alguns meses, nesses documentos há relatos de pessoas que presenciaram algum Objeto Voador Não Identificado (OVNI) e de pessoas que se dizem terem sido abduzidas.

Depois da abertura dos arquivos ao público pela Aeronáutica, um laboratório em Valinhos, a 90 quilômetros de São Paulo, investigará quais as chances de existir vida fora da Terra,ele será um centro de estudos ufológicos do Brasil.

Para Luciana Souza,20 anos,estudante de Letras da Universidade São Judas Tadeu, o centro de estudos ufológicos é um avanço para o país “Acho ótimo existir agora um lugar em que se estuda algo totalmente receoso, apesar de estarmos atrasados quanto ao tema. Acredito sim que haja vida fora da Terra, o Universo é gigantesco”.

O centro de estudos pretende começar respondendo questões de como foi a origem da vida e se há vidas sem carbono e água, o núcleo contará ainda com cientistas de várias áreas para chegar às respostas da astrobiologia.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Um cinema primitivo, descentralizado, fora de ordem e fora do tempo


O que importa no Cinema Marginal não é o que se vê e sim a idéia do vazio que dá margem a invenção

O cinema marginal nasceu no final dos anos 1960, mas é impossível falar de cinema marginal sem antes citar o cinema novo.

O cinema novo surgiu em 1952 com os estudantes de classe média, sobretudo do nordeste do país com a idéia de ter uma câmera na mão, poucos recursos, uma nova identidade ao cinema brasileiro e saindo do paradigma dos filmes hollywoodianos com uma seqüência linear onde existem mocinhos e vilões.

Esse novo cinema trazia uma maior intervenção pública para as telas e adquiria muitas coisas do movimento modernista, principalmente a antropofagia de Oswald de Andrade,a intenção era jogar uma possível reflexão para o expectador, com personagens complexos onde o ideológico ia se fazendo conforme as nuances do filme.

Glauber Rocha foi um dos grandes cineastas do cinema novo, ”Deus e o diabo na terra do sol”expõe exatamente o que essa nova safra de cineastas quis passar, com uma terra que não é de Deus e nem do Diabo, criticas a igreja e abordagens sobre os problemas enfrentados naquela região

“ No cinema novo além de analisar o espaço cinematográfico,analisa-se também o extra cinematográfico.Deixa de trabalhar com áreas de cada lado e passa a trabalhar com circularidades, o que contribuiu muito foi prestar atenção em outras pessoas e empregar a sensibilidade, fatores não recorrentes na arte.O cinema novo em si quer passar uma descolonização mental, da cultura estética, passar a identificar com o que se tem” disse Victor Martins de Sousa,mestrando em Cinema Novo na Pontificia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Com a ditadura militar e a implantação do Ato Inconstitucional 5 o cinema novo começa a decair, na temática de ir a oposição ao regime,nessa época foi filmado “Terra em transe” também de Glauber Rocha, que retrata esta conturbação política e o meio pelo qual o diretor leva suas idéias político-sociais.

Nesse período onde o Brasil vivia uma das épocas mais perturbadas de sua história, o fechamento político instaurado pelo regime militar provocou um aniquilamento das ilusões libertárias alimentadas durante a década de 1960 e então começaram a estourar vários movimentos de aversão, com destaque para o Movimento Cultural Tropicalista, o Teatro Oficina e enfim do Cinema Marginal.

O Cinema Marginal surgiu com uma corrente de cineastas jovens, que tinham como verdadeira preocupação contestar os costumes e a linguagem cinematográfica, reaproveitar a estética do Cinema Novo, interagindo com o público e sem uma linearidade, mas se trata de um cinema que vai ao extremo da margem social das áreas mais urbanizadas como São Paulo e Rio de Janeiro, era ligado a própria forma de fazer cinema, de ir direto ao lugar e filmar, improvisando na hora resgatar o marginalizado para participar.

Para Rafael Alves Ribeiro, cineasta formado pela Universidade Anhembi Morumbi, o cinema marginal teve mais oportunidades em meados da década de 1960 do que antes: “Acho que houveram muitas facilidades no final da década de 1960. As diversas formas de expressão artísticas que surgiam no Brasil foram um terreno fértil para a consolidação do cinema marginal. Hoje, são poucas as correntes até mesmo porque nas outras artes não vemos nenhum movimento novo”
Esse cinema de invenção,mostra o que o convencional não quer mostrar, a Prostituta, a libertação sexual feminina, o movimento negro e com criticas a escola, a família e ao Estado, exalta a forma tosca e debochada de se fazer cinema.

Também conhecido como Boca do Lixo, as principais cenografias que ocorreram foi na rua do Triunfo, onde abrigou um dos maiores pólos de produção cinematográfica do país. Por lá, passaram nomes atualmente consagrados e que, certamente, não põem os pés na Boca há tempos. Mas ainda podem ser encontradas personagens de um capítulo mágico do cinema brasileiro.

Assim, o Cinema Marginal usufruía de toda a liberdade de seus criadores, com a idéia do faça você mesmo acabava por remeter a pop art americana e ao Kitsch, ou seja, toda industria cultural que estava efervescente no momento,e toda a crítica irônica do ataque da sociedade pelos objetos de consumo e os símbolos estéticos massificados da publicidade.

“O Glauber Rocha sacaneava o Cinema Marginal dizendo que se tratava de uma cópia do underground americano, que tinha o Warhol como figura maior. Tem a influência da Pop Art por não desprezar, pelo contrário, a cultura popular, a cultura de massas. A idéia do faça você mesmo, na verdade, pode ser aplicada a quase todo o cinema brasileiro. Grandes cineastas, já nos anos 30, produziam filmes nesse esquema. Até hoje, apesar do cenário com mais produtores executivos que artistas, o cinema brasileiro é assim.” Disse Leonardo Bomfim, pesquisador do Cinema Marginal,idealizador da mostra de Cinema Marginal Brasileiro em Porto Alegre-RS e redator da revista digital Freakium.

“A Margem” de Ozualdo Candeias foi o primeiro filme intitulado, e participante da maratona de Cinema Marginal. O filme retrata o dia a dia da população pobre que vive às margens do rio Tietê por meio das experiências de quatro personagens. A marginalidade não era um assunto exterior ao filme, mas sua substância mesmo. E para que isso acontecesse, o fato de a história se passar nas margens do rio era um achado raro. Seus personagens eram periféricos e utilizava como cenário cidades urbanas e o interior. “A Margem” é a interpretação da própria vida através do olhar de cada personagem distinto, cada um com suas angústias e medos sobre algo que atordoa a alma de todos: a morte.
Por um acaso Ozualdo entrou no cinema, pois como ele mesmo citou em seu documentário, sempre fez tudo errado e sempre dá certo no final. Candeias era marginalizado como seus personagens, sempre só, faleceu em 2007 de insuficiência respiratória.
Outro grande filme marginal que participou dessa safra foi “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla, e dentre os fatos mais marcantes foi que Sganzerla tinha apenas 22 anos quando dirigiu o filme. O enredo, de gênero policial, é uma livre adaptação de fatos verídicos: as peripécias do bandido João Acácio Pereira da Costa, que assaltou diversas residências de pessoas ricas em São Paulo.
“O bandido da luz vermelha” ganhou diversos prêmios e foi o “divisor de águas” para realmente categorizar e ressaltar o cinema marginal. Para Ismail Xavier, crítico e professor de cinema da Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP) a expressão “Marginal” consiste em associar ao período escuro do militarismo e da censura . “Quando se fala em “cinema marginal”, ninguém, ou quase ninguém, gosta da etiqueta. No entanto, ela persiste, em parte devido à associação problemática entre transgressão estética e violência de assaltantes, num transporte que, no entanto, sugere algo a respeito da produção e do seu contexto: um país marcado pela guerrilha urbana em resposta aquele que foi o período mais negro da ditadura. ”Marginal” opera, sem dúvida, uma redução e não dá conta da invenção formal, do teor de experimentação de uma parcela dos filmes que se costumou incluir nesta tendência”.

O choque do novo em “O bandido da luz vermelha” na medida em que ele chega como forma cinematográfica inusitada e provocativa,onde mostra as próprias falhas de alguém comum,cuja a malícia está na fusão moderna de elementos da chanchada e a perspectiva critica perante o Brasil aberta pelo Cinema Novo, talvez seja possível afirmar categoricamente que foi a partir das sessões desse filme que nunca mais se registraram descasos ou reprimendas intelectuais a chanchada.

As chanchadas eram denominadas comédias musicais misturadas com elemento de filmes policiais e de ficção cientifica, nascidas na década de 1950. Surgiram com o intuito de abordar os problemas do cotidiano com um toque de humor e fácil compreensão para atingir a todos os públicos. E para conquistar admiradores as primeiras produções apresentavam grandes astros do rádio, como Carmen Miranda e Francisco Alves.
Por muitas vezes esse gênero foi bombardeado de criticas por ser considerado de enredo repetitivo, com piadas mal elaboradas e de mau gosto.

A pornochanchada surgiu na década de1970 em um momento exasperado do cinema brasileiro, a princípio, se refere a comédias eróticas de baixo orçamento, que beberam na fonte do cinema italiano e da chanchada brasileira. Esse pornô fez o cinema se levantar, simplesmente como fator de sobrevivência profissional, a pornochanchada é considerada o grande produto cultural da revolução de 1964.

Outra vertente do Cinema Marginal é do terror escrachado de José Mogica Marins (famoso Zé do Caixão) um dos grandes incentivadores desse Cinema de Invenção ,devido ao estilo que adotava em seus filmes.Mojica se inspirava em cenas soltas e independentes utilizando sempre primeiramente suas referências e ferramentas, e na sequência quando não possuía mais verbas solicitava ajudas extras.
Atualmente o Cinema Marginal é pouco comentado por ser raro artistas fazendo um cinema desse porte, pois atualmente o cinema brasileiro é designado por produtores executivos,burocratas e publicitários,tudo é nitidamente projetado.
Andrea Ormond,escritora formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro(PUC-RJ) pesquisadora e critica de cinema brasileiro explica o porque o Cinema do faça você mesmo enfraqueceu:“Essa burocratização da arte cinematográfica é um grande problema. Artistas simplesmente não sentem vontade de fazer cinema.Ha falta de diálogo entre as obras, e entre quem as faz, a criação a grosso modo fica muito mais individualizada.”

O fim do movimento em questão se dá de forma trágica, no início dos anos 1970 e obriga uma boa parte dos cineastas a emigrarem em direção a Europa,quando a opressão e a ditadura se mostram cada vez mais fortes.

Mito do Cinema Novo
Glauber Rocha determinou um novo impulso criativo na composição do cinema brasileiro

Gauber de Andrade Rocha foi um dos principais precursores do cinema novo, movimento iniciado no começo dos anos 1960 e dito como pai do cinema marginal. Com a simples idéia de uma câmera na mão criou uma nova identidade ao cinema brasileiro.

Seu primeiro trabalho como cineasta foi “Pátio”,filmado com poucos recursos e aproveitando sobras de material de “Redenção”, de Roberto Pires. Anos depois casou-se com Helena Ignez, atriz de “Pátio”.

Logo após o casamento deu inicio ao seu segundo trabalho “Cruz na Praça”,um curta-metragem inacabado baseado em um conto que ele mesmo criou.Também publicou artigos sobre cinema no “Jornal do Brasil” e no “Diário de Notícias”.

Glauber teve participação em muitas produções cinematograficas como “A grande feira”, de Roberto Pires e de “Barravento”, de Luiz Paulino dos Santos, filme que foi premiado na Europa e exibido no Festival de cinema de Nova York.

Em 1963, fimou “Deus e o diabo na terra do sol”, um dos seus filmes mais famosos e considerado a obra-prima do cineasta é baseado na literatura de bordel, mostra o canganceiro Manuel e sua mulher Rosa que viajam pelo sertão depois de Manuel ter matado o patrão, no caminho eles cruzam com um Deus negro,um diabo loiro e um homem temível, retrata a necessidade e o fanatismo do nordestino.Concorreu à Palma de Ouro no Festival do Filme em Cannes do ano seguinte, mas perdeu para uma comédia francesa.

Em 1965 junto com Walter Lima Junior e outros, Glauber Rocha participou da criação da produtora Mapa Filmes, e no mesmo ano foi preso por protestar contra o regime militar, no Rio de Janeiro.

Em 1966 preparou “Terra em transe”, outro filme com grande popularidade , na época chegou a ser proibido pela censura, mas foi liberado logo depois.Terra em transe ganhou os prêmios Luis Buñel e o da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica e inúmeros elogios em Cuba,Suíça e Brasil.O filme mostra os conflitos políticos da violenta disputa pelo poder, da miséria e do subdesenvolvimento num país chamado Eldorado.

No mesmo ano recebeu um convite de Jean-Luc Godard para participar de “Vent d´est”,cineasta francês muito reconhecido por um cinema de vanguarda e bastante polêmico, que tomou como temas os dilemas e perplexidades do século XX, por isso se tornava tão o avesso do normal da época caracteriza-se, pela montagem descontínua, pela improvisação e por tentar carregar cada imagem com valores e informações contraditórios.

Nesse filme Glauber viveu seu próprio personagem:um cineasta que se direcionava para o cinema político-revolucionario.

Em 1969 ganhou o prêmio de melhor diretor com o filme “O dragão da maldade contra o santo guerreiro”, que foi dividido com o também diretor tcheco Vobtech Jasny, realizador de Crônica Moravia. Além do convite de Godad foram inúmeras participações em filmes europeus e em 190 Catalunha foi o cenário para o filme “Cabeças Cortadas”.

Em uma noite de 25 para 26 de junho do ano de 1972, os negativos de ““O dragão da maldade contra o santo guerreiro” e “Terra em transe” foram queimados em um incêndio nos laboratórios G.T.C. na França.

Ao viajar para Sintra em Portugal Glauber diz ter viajado para morrer, sempre dizia que morreria aos 42 anos, o contrário de Castro Alves que morrera aos 24.Descobre então que estava tuberculoso, com os pulmões avariados e com possibilidades de câncer, muito doente começou a soltar sangue pela boca, com a saúde cada vez mais frágil foi internado num hospital próximo de Lisboa para tratamento de problemas broncopulmonares, em estado de coma Glauber Rocha foi levado para o Brasil, no Rio de Janeiro e fora constatado que a broncopneumonia instalara-se no organismo do cineasta há pouco mais de um mês.

Um dia depois de sua chegada ao Brasil Glauber falece, com a Causa Mortis de septicemia embolias pulmonares múltiplas, choque bacteriano, ou seja, o diagnóstico complicado envolve pericardite, tuberculose e câncer.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Fotojornalista autodidata : Diego Pessoa aprendeu na prática




Diego Pessoa é um jovem fotojornalista free lancer de 25 anos, nascido em 3 de junho de 1985. Começou sua carreira na profissão aos 18 anos em um estúdio fotográfico onde aprendeu muitas façanhas sobre iluminação e retratos.O estúdio que cobria além de pautas e capas de revista, era bastante utilizado por fotógrafos de moda.
Diego veio de uma família humilde do bairro de Vila Sônia, zona oeste de São Paulo onde vive até os dias de hoje, por causa da profissão conheceu e descobriu lugares, e tem certeza que se não fosse pela fotografia jamais teria o prazer de ter conhecido.
O trabalho mais difícil realizado foi o de uma enchente no Jd. Pantanal na Zona Leste. Nas palavras de Diego foi o mais difícil “Pelo fato da água estar bem acima dos joelhos, e ainda verificar que diversas famílias viviam aquela situação por 12 dias e o poder publico não fazer absolutamente nada a respeito”.
Já o mais gratificante foi o documentário PIXO que teve sua participação desde a parte de campo (filmagens, fotografias, etc) até a parte de edição de vídeo.
Documentário esse que conta a saga dos pichadores urbanos da cidade de São Paulo, imagens inéditas de pichação da Faculdade Belas Artes e de outros prédios fazem parte da produção de João Wainer fotógrafo da Folha de São Paulo e Roberto T. Oliveira seu irmão.O documentário tem como vertente principal a vida do ex-pichador Djan Ivson, 24 e discute justamente se a pichação é uma expressão artística ou um crime contra o patrimônio.
A produção registra diversas ações de pichadores e desvenda alguns dos códigos de conduta desta tribo.
Pessoa já realizou muitos trabalhos para o jornal A Folha de São Paulo e ultimamente tem trabalhado muito com vídeo, fazendo alguns documentários, trabalhando para a BAND e para o BANDSPORTS. Já trabalhou para algumas revistas da Editora Globo e algumas da Abril.

Texto feito para a disciplina d fotojornalismo orientada pelo professor Ricardo Sessel